Respeito à diversidade de gêneros
O ano de 2017 mal começou e já promete um marco na ampliação de muitas
questões “polêmicas”. Nas Olimpíadas de 2016, um assunto em particular chamou a atenção do mundo todo: Afinal, onde estavam e quem eram os atletas LGBTQI*** 1 ?
No vôlei não foi diferente. O esporte também virou alvo de questionamentos sobre
políticas de silenciamento da sexualidade "fora do padrão". Historicamente, atletas que não se identificam ou não demonstram identidades associadas à heterossexualidade, são obrigados a formatarem suas vidas dentro de determinados padrões de comportamento.
Esses tratamentos são, em sua maioria, motivados por treinadores e dirigentes preocupados em manter a imagem da equipe perante patrocinadores e instituições. Mas aparentemente, essa morbidez de identidades tem data para acabar.
Recentemente, muitos jogadores de vôlei (a maior parte pertencendo a níveis
competitivos) decidiram expor suas histórias publicamente, demonstrando que o esporte não é um lugar único e exclusivamente heterossexual, e que o fato de serem considerados "diferentes", não interfere no potencial atlético deles.
Foto de: Autor Desconhecido
A brasileira Tiffany Abreu, jogadora transgênera, aqueceu um núcleo de discussões
após ter se tornado titular em uma equipe feminina na Itália. Em nenhum momento o lugar de jogadora que Tiffany ocupa foi questionado, mas sim, o fato dela ter nascido com um sexo que não correspondia ao seu gênero (sexo masculino). Alguns afirmam que sua presença na equipe é ilegítima, o que gerou novamente o discurso de exclusão e argumentos passados, considerando que Tiffany não é a primeira e nem será a única atleta transgênera a ocupar posições de peso em equipes mundiais.
Não há como negar que essas questões permanecem junto com o estigma
totalmente ultrapassado da "imagem masculina" que os jogadores são obrigados a manter, ou que, no caso das mulheres, não corresponder ao imaginário masculinizado de quem pratica um esporte de quadra.
A representatividade dos grupos LGBTQI*** tem sido uma reivindicação constante
em todos os setores da sociedade, e o esporte não poderia ficar de fora. “Abrir os olhos” em todos os aspectos para essas questões, faz com que atletas e profissionais de vôlei possam expressar suas reais singularidades, formam um público com mentalidade mais tolerante para a diversidade, inserem representação em mais setores onde crianças e jovens LGBT possam se identificar, além de tornar mais real toda a democracia do esporte.
1. Sigla atual para denominar lésbicas, gays, bissexuais, trans ou travestis, e que passou a incluir
identidades queer, intersexuais, e entre outras representadas pelos ***.